terça-feira, fevereiro 18, 2014

Achegas para as eleições europeias

Engelbert Stockhammer, economista austríaco, é investigador em Economia Política na Universidade de Massachusetts e professor na Universidade de Kingston, em Londres. Dá uma entrevista ao Público, que vale a pena ler. Eis alguns excertos:

    ‘Os países em crise deveriam juntar-se e começar por dizer: “Bom, há algo de errado em toda a política estrutural, que está a estrangular-nos, numa situação de desemprego elevado e empobrecimento real da nossa população”. Sim, estes países têm de propor alternativas. O Governo de um país como Portugal deve fazer propostas a nível europeu e ter como ambição criar uma maior cooperação entre os países do Sul. Por outro lado, as regras do Six Pack têm cláusulas de excepção para circunstâncias especiais. (…)’

    ‘(...) Os pacotes de austeridade não estão a resultar: o crescimento económico ainda não trouxe a retoma, os níveis de rendimento nacional estão mais baixos do que antes da crise e, ao mesmo tempo, a dívida pública aumentou de forma exorbitante. A austeridade não ajudou a reduzir a dívida, antes pelo contrário. A austeridade falhou o seu objectivo, é preciso mudar de estratégia, mesmo admitindo que no imediato será difícil. Afirmar que não há alternativa é falacioso. A estratégia claramente não tem tido em conta as necessidades das pessoas. E claramente há alternativas. Se compararmos a performance nos EUA, é melhor há muito tempo, porque foram muito menos restritivos em termos de política orçamental.’

    Os salários, mesmo em períodos de recessão, devem crescer normalmente em função da inflação e da evolução da produtividade. Perante uma recessão e um nível de desemprego elevado, não se podem cortar salários nominais, é só uma questão de tempo até o consumo começar a cair, até o investimento começar a cair e assim sucessivamente. O ganho que há nas exportações não consegue compensar a queda efectiva da procura interna. Não deve haver um crescimento dos salários de 20% – o crescimento deve ser moderado, mas tem de existir. A Europa precisa de coordenação das políticas salariais, porque o sistema actual só promove a desigualdade. Seria bom que a Europa reconhecesse que o nível salarial europeu não só não é um fardo para a competitividade, como pode ter um papel positivo na estabilização da procura interna. Cortar salários e tentar exportar não é uma estratégia para se sair da crise.’

    ‘Os tratados são assinados entre os Estados-membros e, em princípio, podem ser reescritos. É um processo difícil, mas é uma questão de vontade política. O quadro actual é que não é viável economicamente. Diria até que os líderes assinaram um pacto suicida, fixando limites às dívidas e aos défices públicos. Implementados de forma estrita, conduzem a um desastre económico.’

11 comentários :

Anónimo disse...

" (...) Diria até que os líderes assinaram um pacto suicida, fixando limites às dívidas e aos défices públicos. Implementados de forma estrita, conduzem a um desastre económico.(...)".

Lampeiro, o PS, também armado em bom aluno, foi a correr assinar este tratado.

E agora, como vai descalçar a bota?

(assisto neste momento à The Lisbon Summit, onde Seguro continua a perorar apenas banalidades...).

Tristeza.

Anónimo disse...

O deserto de ideias no discurso de Seguro na The Lisbon Summit é avassalador.

Não existe um projecto mobilizador para a sociedade portuguesa, um refrescamento, nada, nada, nada.

Tudo isto parece uma história contada às criancinhas.

Ora fala em Sines,ora fala no canal do Panamá, ora fala na Autoeuropa. Depois fala em viagens de circunvenagação... (a moderadora ficou galvanizada!).

Patético!

Estes estrangeiros que não percebem uma porra disto disse...



Este senhor Stockhammer tem de vir a Portugal, ouvir a TSF, ler o "expresso", ver a sic, aprender umas coisas com o Medina Carreira, o Moedas, o Pires de Lima e o prufeçor Cavaco: a retoma está aí! Portugal desarrincou um milagre económico! É verdade, não é? Porreiro, Pa(ços Cuelho)...

Circum-envinagrado disse...



Que miséria, realmente, este tó-zero...

Anónimo disse...

Sim, é verdade. Mas o discurso do Passos ainda foi mais pobre e algo obsceno ao prometer que continuará a ser bom aluno.

Anónimo disse...

O discurso do Passos mais pobre que isto??

António dos Santos disse...

Por mera coincidência no passado
domingo na RTP1, José Sócrates disse
algo muito parecido sobre o que se
espera das próximas eleições para
o P.Europeu

Anónimo disse...

Mandem esta entrevista para o Rato. Se for o Sócrates a dizer não ouvem....
GGABRIEL

Anónimo disse...

Amigos olhem para a Itália. Entrou o reformista Renzi. A última esperança de apoio na Europa para o Partido Socialista Português Enrico Letta esfumou-se e tal como o SDP e o PSF agora também o PD de Renzi irá seguir a política idêntica à que é seguida em Portugal, Espanha, França e Alemanha.

Cada vez mais sozinhos Sócrates, Costa, Silva Pereira, Seguro, Assis, Soares, César, Galambas e todos aqueles que julgam que a Europa vai encher os bolsos de um eventual governo socialista para continuar o regabofe dos últimos anos.

Agarrem-se a estes economistas, agarrem-se a quem quiserem, ou será que Costa caso "assalte" o PS vos irá desiludir seguindo a política de austeridade? Parece-me mais que é isso!

Aliás já podemos ver o ensaio da mentira que o PS está a alimentar na OP. Este governo destruiu tudo e será dificil governar a seguir. Só com austeridade!! Já se viu o filme todo. E o PS é tão bom a criar as suas mentiras repetindo a cassette até à exaustão, para ver se a coisa se torna verdade!!

Ui, tenham medo, ,muito medo! A europa cada vez menos está convosco. Será que vamos ter o PS ironicamente a dizer "orgulhosamente sós". É o que falta para a comédia ser completa.

Soares já elogia Salazar por isso nada espanta que um dia destes perante a desistências dos socialistas franceses, italianos e alemães tenhamos por cá um toze ou um costa gritando "orgulhosamente sós"!

Evaristo Ferreira disse...

Gente como é Passos Coelho e seus amigos que enformam e calibraram este governo, não têm a coragem e a dignidade para desafiarem os ditames de Merkel, Schäuble e dos Mercados. Esta gentalha não tem sentido de unidade, de interajuda, e, portanto, em vez de se mancomunar com os países do Sul, preferem ser o "bom aluno" da senhora Merkel e dos Mercados. Não têm nada a propor, nada contestam, limitam-se a estar de cócoras perante quem lhes empresta dinheiro a taxas de juro acima de Espanha, da Grécia e da Irlanda. Como membro da UE Portugal tem outros direitos, que esta gentinha ignora.

Anónimo disse...

Oh anónimo das 06:51 lê lá o link abaixo e fecha a boca mal cheirosa , que quem está perto de ser corrido á paulada são vocês. Já faltou mais ...
http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=716747&tm=6&layout=121&visual=49