É a própria Assunção Cristas (v. vídeo) que confirmou que a pequena distribuição pagou a taxa de segurança alimentar, mas que a grande distribuição se recusa a fazê-lo, mesmo depois de o Governo ter recuado, tornando a taxa numa caricatura ridícula. Ainda assim, o Governo prepara-se para se vergar ainda mais à grande distribuição.
Com efeito, Leonardo Mathias, secretário de Estado Adjunto do ministro da Economia, dá hoje uma entrevista de duas páginas ao Público, na qual anuncia que irá estudar a forma de simplificar os procedimentos a que está obrigado o “comércio”. Por enquanto, uma ideia vaga para fazer propaganda junto do pequeno comércio, mas que permite antecipar as escolhas que o Governo quer fazer.
Espremida a entrevista de duas páginas, fica-se com a ideia de que a “selecção natural” — nas extraordinárias palavras de Passos Coelho — não está, afinal, concluída. Por duas razões:
A primeira é que há o propósito de aligeirar os procedimentos de abertura e de encerramento de um negócio, que passará a exigir apenas uma comunicação sem pagamentos. Mas como isso se aplicará também às grandes superfícies, uma parte das receitas cobradas às grandes superfícies (e que reverte para o fundo de modernização do comércio) ressentir-se-á, como o secretário de Estado reconhece: “É certo que haverá uma diminuição do montante disponível.”
A segunda razão é que parece que o Governo se prepara para levantar as barreiras impostas a fim de impedir as grandes superfícies de poderem levar de arrastão o que resta do pequeno comércio — muito embora o secretário de Estado se embrulhe em contradições. Diz ele: “Vamos também simplificar o regime de instalação das grandes superfícies comerciais, sujeitando-as apenas à mera comunicação, quando o que hoje existe é um licenciamento.” Depois contradiz-se: “Manter-se-á o procedimento de licenciamento, que considero essencial para garantir uma política de ordenamento comercial equilibrada”. Mas não hesita quando manifesta a intenção de o pagamento de taxas por parte de empresas com lojas acima dos 2000 metros quadrados ser reduzido: “Vamos baixar significativamente o valor das taxas.”
Mais um “choque repentino” em perspectiva para erradicar os “maus hábitos” de que falava o Moedinhas (v. vídeo).
4 comentários :
Vitorino apresenta livro sobre o Gaspar?
Livro sobre um sacana que pôs este país a pão e água a troco de um lugar no FMI e o PS cola-se?
Está mais que provado que este PS não é de confiança.
Eu acho bem que sejam diminuídas todas as taxas sobre todo o comércio. Indiretamente, isso só pode beneficiar o consumidor, que terá mais lojas abertas.
É ridículo pretender um país de mercearias, nem é isso que os consumidores querem. Não é tarefa dos políticos andar a dificultar a instalação de grandes superfícies em favor das mercearias.
Ridículo és tu, luisinho, e não é pouco.
Até diria mais. Rematado imbecil.
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