- «(…) A entrevista do senhor primeiro-ministro
Na entrevista ao Expresso de sábado passado, o senhor primeiro-ministro diz que já saímos de um período difícil (não saímos) e que "precisamos de consolidar reformas, crescimento e confiança para não perder a maioria nas próximas eleições". Que ideia mais difícil de aceitar! Porque todo o país pensa - como se sabe - o contrário. E depois acrescenta contra a opinião geral, cito: "Não ter maioria absoluta pode ser um perigo." Só se for para os seus apaniguados. E mesmo assim...?
O país está contra ele e com razão. E, apesar da forte emigração, entre os que ficaram, ricos ou pobres, a esmagadora maioria não vai votar no PSD, como todas as sondagens têm mostrado (dois terços não votam no PSD e no CDS). Veremos. Mas o senhor primeiro-ministro não vai seguramente ter, apesar de "ser um perigo", na sua linguagem, uma maioria absoluta. É evidente.
Um artigo admirável
O Expresso, que continua a ser muito lido, publicou no sábado passado um artigo admirável de Miguel Sousa Tavares. É importante que seja lido e comentado. Sou amigo, desde há muitos anos, do seu autor. E prezo-me de o ter sido também de seu pai, Francisco Sousa Tavares, e de sua mãe, Sophia de Mello Breyner, mesmo quando foram deputados à Assembleia da República e nem sempre a meu lado.
Vem isto a propósito do notabilíssimo artigo que escreveu, intitulado "O Estado do Estado de direito". Corajoso e excelente. Bem-haja querido amigo!
Pôs os pontos nos iis quanto à necessidade de os representantes dos partidos alterarem a legislação do Processo Penal, que, aliás, muitos advogados têm vindo já a reclamar.Os magistrados em geral não devem, por isso, esquecer que são dos titulares dos órgãos de soberania dos mais desprestigiados no país. (…)»
3 comentários :
Soares é ex Presidente da República e preocupa-se. No entanto, existe alguém em Belém que, infelizmente, foi eleito para o mesmo cargo e que desapareceu de cena. Alguém sabe onde anda o Sr. Silva de Boliquême e se ainda é Presidente da República?
AH! Grande Mário. Oxalá se conserve assim lucido e apoiante de Portugal por muitos anos, bem necessitamos dele.
Passos contra-ataca: "Não somos todos iguais, não usei o meu cargo para enriquecer"
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