quarta-feira, abril 15, 2015

Famílias: Portugal entre os quatro países da UE
com maior peso de pagamentos directos em saúde


    «A “política” de saúde transformou-se num ato de hostilidade para com as pessoas assumindo um caráter desumano perante o sofrimento e a necessidade dos que mais carecem de apoio e de proteção, em contexto de crise. Uma “política” que tem vivido da exaltação dos cortes, das restrições e da eliminação de direitos. Nos últimos quatro anos assistimos, no setor da saúde, à aplicação mecânica de um espartilho orçamental cortando sem critério e sem racionalidade. Uma “política” de saúde instigadora do racionamento de cuidados que levou ao comprometimento do acesso e da qualidade dos cuidados. Uma “política” de saúde apostada em empurrar para fora do Serviço Nacional de Saúde milhares de cidadãos contribuindo, desse modo, para um forte agravamento da despesa das famílias colocando Portugal no grupo dos quatro países, da União Europeia, com maior peso de pagamentos diretos, em saúde. Uma “política de saúde” que, apesar da violência das medidas fiscais e orçamentais, foi incapaz de cumprir o seu principal desiderato: a sustentabilidade económica e financeira do Serviço Nacional de Saúde. No fundo, uma “política” de saúde inconsistente marcada por uma flagrante dissonância entre a “realidade oficial” e o “mundo real” dos cidadãos e dos profissionais.»

1 comentário :

João Santos disse...

Quer queiramos quer não, esta foi a opção do povo português. Pena que todos estejamos a sofrer na pele com tal opção.