terça-feira, novembro 24, 2015

Cavaco, crónicas do fim [II]

• Jorge Reis Novais, De absurdo em absurdo:
    «1 O presidente da República (PR) não dispõe de qualquer alternativa à nomeação do Governo de António Costa: deixar o Governo que foi demitido em funções seria, para além de rotundamente inconstitucional, caótico, e um Governo de iniciativa presidencial não tem condições de passar na Assembleia da República. Logo, se o PR não dispõe de alternativa, todo o dia que passe sem nomear o novo Governo (com ou sem mais audições, com ou sem mais garantias) é só mais um dia de incumprimento dos seus deveres como presidente, a juntar a todos os dias perdidos sem préstimo e com o maior prejuízo para o interesse público desde que se soube, com plena segurança, que o Governo Passos Coelho chumbaria na AR.

    2 Exigir ou pedir a António Costa quaisquer garantias de estabilidade governativa ou de cumprimento de objetivos programáticos, para além de absurdo, numa situação em que não dispõe de alternativa, só evidencia a parcialidade e o preconceito ideológico do PR. Evidencia-o pela simples razão de que o mesmo presidente acabou de nomear um Governo minoritário, sem quaisquer condições de governabilidade, sem qualquer possibilidade de aprovar orçamentos ou moções de confiança e, todavia, fê-lo sem audição de forças vivas ou semivivas e sem prestação das garantias que agora exige a um Governo que, ao contrário, tem manifesta viabilidade.

    3 Alguns iluminados persistem em traçar um paralelo entre a atual situação e o comportamento de Jorge Sampaio em 2004. É o terceiro absurdo. Em 2004, o presidente hesitava, e seriamente, entre nomear Santana Lopes ou chamar o povo a votar em novas eleições, já que tinha poder para optar entre uma e outra solução. Tanto hesitava, que iniciou as audições com uma inclinação e quando as concluiu saiu com outra. O presidente atual só pode e deve nomear um Governo, não dispõe de qualquer outra opção. E entre soluções de Governo só dispõe de uma, já que as restantes ou são só inviáveis ou são inviáveis e inconstitucionais. Não há alternativa. Qual a parte que não percebem?

    4 Em qualquer democracia europeia, António Costa teria sido nomeado imediatamente a partir do momento em que se soube que havia uma maioria parlamentar absoluta que inviabilizaria qualquer outra solução. Por que razão não foi nomeado nessa altura? Para os mais ignorantes, "porque a Constituição não o permite". Para os igualmente ignorantes, mas mais sofisticados, "porque a tradição não o permite". Para a maioria dos comentadores, "para não queimar etapas". E toda a gente em Portugal sabe que queimar etapas é do pior que há. Melhor, sim, é estar sem Governo, sem Orçamento e a brincar à política.»

6 comentários :

Anónimo disse...

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Jose disse...

Sempre fez o treteiro assinar uns papéis!

Quem vier a seguir sempre fica a saber como julgar, que entre papeluchos e programas eleitorais renegados não sobrava senão a pura golpada.

Avante esquerda unida!

Anónimo disse...

Finalmente! Muito custou... Muito custou. Mas chegaram lá.

Agora, é ver as ameaças da canalha fascista... Marco António Costa é claro. E apesar de ser um dos idiotas de serviço, apenas repete o que o Mestre lhe manda repetir, como um bom papagaio subserviente, à espera da bolacha...

Tomem a sério as ameaças que vos estão a ser feitas... Preparem-se para se defender.

Este Governo, bem aproveitado, irá transformar Portugal como soluções criativas, muito criativas. Olhos em frente, arregaçar as mangas, preparar-se para a defesa e toca andar.

Anónimo disse...

Esse focinho que foi escolhido para a fotografia mostra rigorosamente o âmago da criatura - raivosa, rancorosa, vingativa, odienta, com tal intensidade que inspira repulsa.
Pois que outro significado terá aquela fórmula inédita encontrada para anunciar que António Costa foi "indicado..."?!
É caso para os psicólogos e sociólogos analisarem, mas para já e para mim é apenas o primeiro (outros virão) bolsar de ódio, de vingança pela derrota, e está completamente de acordo com o retrato que acima traço e que há muitos anos tenho dele.

O Povo decente disse...



Sim, de acordo: "(...) sem Governo, sem Orçamento e", convém acrescentar, SEM PRESIDENTE!


E VAMOS FINALMENTE FALAR A SÉRIO, OU CONTINUAMOS A BRINCAR À POLÍTICA?


O que se deve deduzir deste texto do Constitucionalista Reis Novais é que o nosso sistema político PERMITE QUE QUALQUER IDIOTA ESCARRADO, como este cavacalho, CAUSE MALEFÍCIOS GRAVÍSSIMOS À NAÇÃO NO EXERCÍCIO DAS FUNÇÕES de Presidente da República!!


E isto de ser Presidente da República TAMBÉM TEM QUE TER REGRAS DEMOCRÁTICAS. E TODAS AS REGRAS DEVEM PREVER SANÇÕES, em caso de incumprimento.


FALAR MESMO A SÉRIO sobre este assunto é partir desta - tão insólita quanto enriquecedora - "experiência" do último mês e meio de um prezidalho COMPLETAMENTE DESCOMANDADO, para decidirmos claramente QUAL A PUNIÇÃO QUE DEVE SER APLICADA nestes casos.


Até para o nosso próximo inquilinozinho de Belém FICAR JÁ A SABER AS LINHAS COM QUE SE VAI COSER! Antes que seja tarde e tenha outra vez de se escrever Direito por linhas tortas, que dói sempre muito mais...


E o cavacalho que não pense que se escapa! Até pode fugir para onde quiser, que ELAS CÁ SE FAZEM, CÁ (OU LÁ) SE PAGAM.

Júlio de Matos disse...

ATENÇÃO:

Este paciente vai ter visitas no próximo Sábado. E muitas.

Serão a partir das três da tarde, no quarto particular dele, lá em Belém.

Vamos ter oportunidade de lhe dar o devido "tratamento", de que este anibal tanto precisa.