quarta-feira, junho 21, 2006

A qualidade do serviço




Não se pode dizer que a concessão de auto-estradas seja um negócio de elevado risco. As concessionárias têm a obrigação de promover as obras de alargamento e de manutenção e, como “as portagens são a sua principal fonte de receita”, o secretário de Estado das Obras Públicas entende que não se pode inibi-las de cobrar portagens quando, em resultado de obras, se criam engarrafamentos monumentais. A sua ideia é informar o utente “para que o acto de utilizar a auto-estrada seja consciente e informado”:

    Prezado utente, as obras são a pensar em si. Se não optar pelo caminho de cabras, entretenha-se ao telemóvel.

Como vários exemplos o comprovam, as concessionárias não têm, neste quadro, um forte incentivo para concluir com celeridade as obras.

Acresce que, havendo uma alteração das circunstâncias, não é lícito que se faça uma renegociação que imponha sanções aos concessionários? E em relação a futuras concessões, não deveria esta situação ser acautelada?

Mas há um outra questão. Num mercado concorrencial, se uma empresa, por qualquer razão, vê degradar a qualidade do serviço que presta, não tem outro remédio a não ser reduzir o preço de venda enquanto não conseguir resolver o problema. A circunstância de isso não se verificar no caso das auto-estradas revela que há aqui uma falha do mercado.

4 comentários :

Anónimo disse...

Bom, sempre é uma tentativa de resposta ao problema da Brisa Atlântica...

Bos sorte, Miguel.

Anónimo disse...

Será uma brisa...?

Ná, é mesmo o vento concorrencial do Atlântico.

Anónimo disse...

Pois esse estranha fenómeno de que fala apenas pode ser combatido através da concorrência, como imagina, pois se estiver perante uma que cobre portagens pelo valor integral e outra que não em caso de obras, opta pela segunda. Porém em Portugal numa das poucas possibilidades de concorrência no sector específico das auto-estradas este governo resolveu promover a política do monopólio.
Mais uma vez volto a dizer quem ganhou mais neste negócio não foram os accionistas mas sim alguns gestores...

Anónimo disse...

O Miguel informa que o CC é contra os monopólios e sucedâneos, com excepção daqueles de que o "patrão" for a favor...

Sai uma brisa fresquinha...