sábado, setembro 30, 2006

Da série "Frases que impõem respeito" [34] - Número Especial



“(…) para ela ter o Delegado a viver lá era como eu a receber aqui a rainha de Inglaterra.”
[L. Freud, Queen Elizabeth II]


    “Quando fui para o liceu D. Manuel II, foi a surpresa total: gente de todos os géneros, tudo muito agitado, e eu que estava habituado a uma disciplina e a um rigor diferentes vi-me um bocado desorientado.”

    “Não era o meu caso, porque não estava interessado nem em apoiar, nem em combater o regime, o que queria era que me deixassem fazer a minha vida.” [assim justificando o facto de ter sido um dos poucos estudantes que furou a greve aos exames na Universidade de Coimbra]

    “Era barítono, mas nunca fui grande cantor.”

    “O que eu queria era ser juiz, mas na altura começava-se pelo Ministério Público (MP).”

    “Comia-se excepcionalmente, a Fininha [dona de uma pensão em Ponte da Barca] adorava a minha presença, porque, para ela ter o Delegado a viver lá era como eu a receber aqui a rainha de Inglaterra.”

    “O movimento independentista [nos Açores] ganhava fôlego, com muitos retornados das ex-colónias que alimentavam a contestação aos ‘cubanos’, ou seja, aos que vinham do Continente, ainda por cima com funções repressivas, como eu.”

    “Pertenço a um movimento de leigos, as Comunidades de Vida Cristã, onde tinha funções directivas que interrompi quando fui para PGR, porque achei que devia separar as coisas.”

    “Mas a pouca-vergonha que foi a violação de segredo de justiça no processo Casa Pia, por exemplo, com a revelação de escutas, deixou-me incomodadíssimo.”

    “Ou seja, em oito meses, seis não são da responsabilidade do MP.” [atribuindo a responsabilidade pelo atraso no inquérito ao ‘Envelope 9’ ao Tribunal da Relação]

    “Eles próprios [magistrados do Ministério Público] não sabiam que aquilo estava escondido por uma opção informática e eu não tenho elementos que me levem a pensar que são uns safados e me estão a mentir.” [ainda sobre o ‘Envelope 9’]

    “É necessário um encontro entre comunicação social e Justiça e confesso que não contribuí grandemente para isso.”

    “A solução da morosidade da justiça não é uma coisa que se resolve só actuando no sistema, mas também de mentalidades.”

    “Quem vier para aqui tem nesse campo muito que fazer.” [desconhecendo, aparentemente, que já foi indigitado o seu sucessor]

      Souto Moura em entrevista à edição de hoje do Sol

5 comentários :

Anónimo disse...

Está decidido, Miguel. O GC tem vontade de falar e é do interesse da verdade e da Justiça que seja ouvido na AR...

Decerto convences aquela deputada que fez umas declarações muito engraçadas a mudar de opinião.

Anónimo disse...

POrque é que não deixaram o homem ir à A.R.?
Há muita gente rosa, incluíndo aqui o Miguelito, a tentar passar uma núvem pelas pressões exercidas. Porque é que o grande ministro Costa, anda tão esquecido?
Já se esqueceu da reunião em Leiria, com o homem do cascol, para salvar o Pedrito?

Anónimo disse...

Retalhos da vida de um pacato PGR, confesso, que me chegou a lagrima ao canto do olho.

Vai ficar eternamente no meu coração

Anónimo disse...

não há palavras que classifiquem um homem desta dimensão psicossomatica. tem e deve ser tratado.
kavako

Anónimo disse...

Este PGR tem estes defeitos todos e mais alguns pq teve a coragem de ser jurista e não se deixar influenciar pelos politiquelhos que o tentaram influenciar no processo Casa Pia - afinal a lei não é para aplicar a todos... - e pelos jornalistas assalariados que constroem e destroem a imagem de um qq cidadão.

Não vai demorar muito, vão começar a destruir o indigitado PGR, Pinto Monteiro, a não ser que ele lhes faça o frete e deixe os meninos da Casa Pia andarem a ser enrabados por essa corja de paneleiros...