domingo, outubro 15, 2006

Matar pactos

Há juízes que não se conformam com a circunstância de não terem sido ouvidos antes da assinatura do pacto para a reforma da justiça. Entre eles, está a Dr.ª Fátima Mata-Mouros, que até se permite interromper a preparação da tese de doutoramento para poder expressar a sua discordância com aquele acordo partidário. Ficam algumas perguntas:

    • Por que deveriam ter sido ouvidas as forças vivas do sector — magistrados, advogados, polícias, etc. — antes da celebração de um pacto político?
    • Não teria essa audição como resultado a partidarização da justiça?
    • E qual é a legitimidade dos juízes para fazerem leis?
    • A função dos juízes não é aplicá-las?

É legítimo que os juízes, como quaisquer outros cidadãos, se sintam atraídos pela política. Mas, neste caso, não seria preferível despirem as vestes de magistrados e concorrerem a eleições democráticas? Fazer política, mesmo que invocando a sua ignorância sobre política, ajuda a dignificar a função de juiz?

PS — “(…) tamanha ignorância da minha parte começa a ser demais.” Não é demais, certamente. Poderá talvez ser de mais.

3 comentários :

Anónimo disse...

para onde corre a DOUTORA MATA-MOUROS???

António P. disse...

Boa noite,
Mas a Dra. Fátima ainda não mudou de apelido ?
Nos tempos que correm o seu é "perigoso" !
Cumprimentos

Portas e Travessas.sa disse...

Na leitura de fim de semana, achei muito interessante as pancadinhas ao de leve, mas sempre oportunas.

Faz-me confusão, como é que se não consegue distinguir um pacto politico e entre uma linha de orientação para a justiça, subscrita pelos partidos - devo ser muito leigo - se pdemos chamar a isto instrumentalização, então, o que se pretende, é sindicalizar a Justiça, mais que o que está.