terça-feira, fevereiro 03, 2009

Retalhos da vida de um boticário de província






O nosso boticário da Póvoa dá vida a um blogue para repisar até à náusea que Sócrates engana. Há dias, enganou-se: o seu filho, que ele não sabia que estava na “4.ª classe”, recebeu um Magalhães, contrariamente ao que era a sua crença. Conclusão: “Está provado então que Sócrates engana os adultos mas, de facto, não engana as criancinhas.

De tanto insistir, o boticário convenceu-se a si próprio de que basta agitar o espantalho de Sócrates para afugentar a bicharada. Numa daquelas guerras intestinas que animam a cacicagem local do PSD, o boticário está alojado na barricada da oposição ao presidente da câmara. Como denegrir o autarca na praça pública? Apresentando-o numa foto com Sócrates, acompanhada de um texto avassalador: “Macedo Vieira foi eleito pelo PSD mas é um homem de esquerda. Há uns anos seria, com certeza, do MDP-CDE ou do LUAR, depois talvez do MES, e agora, por mero acaso e oportunismo, é do PSD. Defende uma forte intromissão do Estado na economia, cita Marx e Mário Soares, defende o proteccionismo e a xenofobia e repudia por completo o liberalismo económico. Macedo Vieira é admirador de José Sócrates”.

A corporação do boticário não perdoa a liberalização da propriedade das farmácias e mais umas tantas medidas que enervaram a ANF. Agora imaginem-se as maravilhas que podem brotar se todas as corporações “prejudicadas” se coligarem para agitar o espantalho…

2 comentários :

Anónimo disse...

O boticario da povoa que vá dar banho ao câo.
Tem uma argumentação muito primaria, é mesmo de boticario.

Peliteiro disse...

A diferença entre o Miguel Abrantes e o Boticário é que este dá "o braço a torcer" quando não tem razão, como no texto do Magalhães, e não defende cegamente os políticos do seu partido, como no caso do Presidente da Câmara. Ah, e não tem a mania que acompanha a vida escolar dos seus filhos de forma mais próxima do que os outros.

Quanto à liberalização da propriedade de farmácia ela não existe, porque é uma semi-liberalização, e porque na prática não acontece. É a fingir, como tudo no Governo Sócrates.