sexta-feira, setembro 11, 2009

Leituras

• Ferreira Fernandes, Votos úteis e outros menos:
    Ontem, Portas foi claro: quer esse negócio com o PSD. Já o BE não foi por aí, não incita o PS a acordos futuros. A razão é simples: o campeonato de Francisco Louçã não é esta campanha, é ser o maior da esquerda, um dia. Portas é razoável, Louçã não é. É tão simples quanto isso.
• Paul Krugman, Os défices salvaram o mundo:
    Ou seja, repito, os défices salvaram o mundo. Aliás, ficaríamos em melhor situação se os governos estivessem dispostos a ter défices durante mais um ano ou dois.

    (…)

    E não há razão para que a dívida adicional não seja gerível. Se estamos perante um problema potencial, não é por a economia não conseguir lidar com a dívida adicional. É por causa da política, o que é estúpido.
• Pedro Adão e Silva, Vamos assustá-los:
    A POLÍTICA é a continuação da guerra por outros meios e os debates entre candidatos um desporto de combate. Contra todas as expectativas, Louçã perdeu o debate com Sócrates por KO técnico. As razões da derrota são simples: Sócrates usou as armas que Louçã costuma utilizar - um caso concreto para desmontar um argumento genérico -, enquanto Louçã não soube pôr-se no papel de primeiro-ministro - que tem de oferecer princípios genéricos para justificar políticas concretas. O líder do BE só pode viver mal com essa dificuldade. Afinal o seu objectivo é liderar a esquerda e ser primeiro-ministro. Acontece que o BE vive uma crise de crescimento: mobiliza o voto de protesto, desde que não exponha aquele que é, de facto, o seu programa eleitoral. Se é revelado o que o BE pretende fazer (do programa de nacionalizações ao fim das deduções fiscais, passando pelo antieuropeísmo), logo se percebe que não há ali nada de novo e o que há de velho é assustador.

    Há, a este propósito, frases particularmente reveladoras. Logo após o debate, Louçã foi encerrar um comício em Almada. Tal como um general ferido em plena batalha, e certamente inspirado pelo discurso de Almada de Vasco Gonçalves, não resistiu a mobilizar as tropas com um "vamos assustá-los". O risco é mesmo esse - assustar muitos dos potenciais eleitores do BE, que não se revêem no projecto político do partido.

2 comentários :

http://www.aboiada.blogspot.com/ disse...

Bem dito, boa selecção. E como não sei dizer melhor copiei... Era uma tentação.

Anónimo disse...

afinal, está tudo bem? Não percebo o nervoso!!!