terça-feira, fevereiro 23, 2010

Leituras atrasadas

Frei Bento Domingues, De que falamos, quando falamos? [citado no Jugular]:
    Quando, hoje, vejo a insistência ridícula na falta de liberdade de informação, em Portugal, tenho muita dificuldade em entender "de que falamos, quando falamos". O que existe, de facto, são modelos e métodos de jornalismo em que vale absolutamente tudo, em que os fins justificam todos os meios, mesmo os mais condenáveis. A obsessão pela instantaneidade leva, por vezes, a noticiar, antecipadamente, o que ainda nem sequer aconteceu.

    A falta de distância para a reflexão e avaliação da importância de cada situação - só interessa dizer quem arrasou quem - produz uma atmosfera que leva os próprios comentadores a supor que eles pensam o pensar de todos, como se tivessem uma delegação para representar o povo português na sua totalidade. A chamada crise política seria, talvez, bem diferente sem as suas irresponsáveis encenações mediáticas.
• António Marinho e Pinto, A bufaria [via O Jumento]:
    O caso Mário Crespo não é um problema de liberdade de informação, mas (mais) um sintoma da degradação a que chegou a comunicação social.
• António Correia de Campos, O falso crime [via Hoje Há Conquilhas]:
    Os abutres vão ter que partir à procura de outros cadáveres. Voaram em círculos durante semanas, aproximaram-se agressivamente da presa, mas não a conseguiram isolar dos seus pares. A alegoria da lei da selva justifica-se, tal a agressividade dos protagonistas.

1 comentário :

Anónimo disse...

http://tsf.sapo.pt/PaginaInicial/Portugal/Interior.aspx?content_id=1502610