terça-feira, setembro 25, 2012

Os juros descem? Frasquilho explica


Por estes dias, é a mensagem central da máquina de propaganda: olhem para os juros a cair. Disse-o em desespero de causa Passos Coelho quando Louçã o acusou de estar a afogar-se, repete-o diligentemente o assessor económico do alegado primeiro-ministro no Facebook.

Se o leitor é sectário ao ponto de só ouvir e aceitar o que dizem as personalidades oriundas da sua área política, o melhor é ler o que Miguel Frasquilho escreve hoje num artigo publicado no Jornal de Negócios, no qual se distancia de todo o governo e diz que a queda dos juros e o “sucesso” dos leilões de dívida portuguesa se devem à actuação do BCE. Eis um extracto do artigo:
    ‘Este é o meu primeiro escrito desde que, a 6 de Setembro último, Mario Draghi concretizou a promessa feita no final de Julho de que o BCE faria o que fosse necessário para preservar a Zona Euro (e que tal seria suficiente), concretizando a "grande bazuca": compras ilimitadas de dívida pública pela autoridade monetária europeia entre 1 e 3 anos, no mercado secundário. Compreenderá, por isso, o leitor que regularmente acompanha as minhas opiniões, o meu regozijo perante este facto: desde há muito que defendo que, sem que o BCE fosse percepcionado pelos investidores como "lender of last resort" (credor de último recurso) em relação à dívida pública dos países da Zona Euro – a exemplo do que sucede com outros bancos centrais como Fed, Banco de Inglaterra ou Banco do Japão face à dívida pública dos respectivos países – todas as tentativas de combater a crise da Zona Euro estariam condenadas ao fracasso. A diferença para um passado recente residiu na abolição dos limites à intervenção do BCE.

    (…)

    Agora, porém, com o anúncio de compras "ilimitadas" de dívida pública no mercado secundário, o BCE sinalizou que "estará lá" sempre que necessário – o que lhe é permitido pelo imenso poder de fogo que é a possibilidade de emitir moeda na quantidade que for preciso (para, por exemplo, impedir qualquer Estado de entrar em incumprimento). E assim tranquilizou os investidores, devolvendo uma confiança que, de outro modo, não seria restaurada. Sem surpresa, os juros dos países em dificuldades, já submetidos a programas de resgate (como Portugal) ou (ainda) não (como Espanha ou Itália) desceram fortemente; as bolsas têm-se mantido em alta. Como eu também já tinha defendido, o efeito psicológico de um anúncio deste tipo poderá levar mesmo a que as compras de dívida pública por parte do BCE sejam muito reduzidas ou até nulas (como sucede com os outros bancos centrais atrás referidos) Afinal, quem no seu mais perfeito juízo se atreveria a desafiar um poder de fogo ilimitado?...

2 comentários :

O Agente Infiltrado na 5 de Outubro disse...

Nuno Crato paga 61 mil euros por parecer jurídico. É poupadinho o rapazola, hem??? Para um ministro que não sabe nada e não faz nada...

Fonte: Sol http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=59810

E posso ainda acrescentar mais umas novidades em primeira mão...

Uns falsos recibos verdes dispensados mal e porcamente por Nuno Crato, quando entrou no MEC cheio de pujança pensando que era o maior, colocaram o ministério em tribunal e pedem mais de 100 mil euros de indemnização cada um.

As putas laranjinas andam todos loucas sem saber como reagir. Parece que voltámos aos primeiros seis meses de governação. Não se entendem...

Estes incompetentes pensavam que governar era uma brincadeira de meninas e que qualquer atrasado mental era capaz de o fazer.

A falta de respeito pelo ministro Nuno Crato já é tanta que até nos corredores se ouvem piadas quando a criatura passa.

Enfim... que saudades do Sócrates e da Maria de Lurdes.

Portugal não merece um governo tão mau.

O Agente Infiltrado na 5 de Outubro

Anónimo disse...

Ao fim de 3 anos desta m***** lá perceberam que não havia outra solução para manter o euro intacto.
Esta opção já devia ter sido tomada há 3 anos atrás.
Tinha-se evitado muita dor e sofrimento aos povos mais pobres da europa.
Agora já não há retorno. O chuto da Grécia e Portugal está perto.Os restantes continuarão num comboio do qual, depois de nos massacrarem para nosso bem ( diziam eles) nos vão deixar apeados.