terça-feira, janeiro 15, 2013

Entre a asfixia democrática e a lei da rolha

Passos Coelho encarregou a ex-santanista Sofia Galvão de organizar uma conferência sobre a “refundação” do Estado Social. Durante dois dias, alguns especialistas escolhidos a dedo, na sua maioria da área do PSD, são chamados a discutir a amputação dos pilares do Estado Social.

Convocados os media para o evento, soube-se que apenas a sessão de abertura, a cargo do Moedinhas, e a sessão de encerramento, a cargo de Passos Coelho, podem ser divulgadas pelos jornalistas. O seguro morreu de velho. Esta postura claustrofóbica revela que:
    • O isolamento da coligação de direita é de tal ordem que o Governo não está em condições de se sujeitar a qualquer crítica, mesmo vinda de convidados escolhidos a dedo;
    • Os ingénuos que aceitaram participar nesta iniciativa, julgando assim estarem a contribuir para “criar uma dinâmica junto da sociedade civil ” [sic], ficam a saber que as suas eventuais discordâncias não terão eco “junto da sociedade civil”;
    • A conferência não passa de uma sessão de propaganda, na qual Passos Coelho e Moedas irão repetir “junto da sociedade civil” que não há outro caminho que não seja o de cortar no Estado Social, ou seja, procurar destruí-lo.

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