Os capitais angolanos entenderam que Luís Rosa poderia ser mais útil no jornal i do que no Sol. Seguiu para o Tagus Park agrafado a uma guia de remessa. Sob a clarividente orientação do pequeno grande arquitecto, ele escrevia prosas empolgadas sobre temas tão incontornáveis como a captura de marginais pela Justiça. Na hora actual, após ter subido na cadeia de valor da Newshold, faz uma espécie de editoriais.
Tinha de dar para o torto. A verve é algo afobada: «Esqueçamos o óbvio de ter sido o governo do qual foi número 2 parte que nos trouxe a esta situação (…)». Este excerto faz parte de um artigo rabiscado em transe. Não é caso para menos: Luís Rosa ficou visivelmente transtornado com a circunstância de o relatório do FMI que desmascara o «milagre económico» de Passos & Portas ter sido esmiuçado por Pedro Silva Pereira.
Sem perder tempo a limpar a baba, Luís Rosa disparatou: «Silva Pereira foi o homem forte de um governo que, com a desculpa de uma política expansionista alegadamente aprovada pela Europa, escondeu o défice orçamental em 2009 e só revelou o seu verdadeiro valor (9,3%) depois das eleições legislativas desse ano. Em 2010 fez pior e o défice suplantou os 10%. O ex-jornalista da TVI tem ainda a lata de dizer que o nosso nível de dívida pública (130% do PIB) “não está agora mais saudável do que estava”. E a dívida de 2005 a 2011 (período dos governos Sócrates) que subiu de 62,4% do PIB para 107% do PIB? Era mais saudável que dos anos anteriores?»
E é aqui que a porca torce o rabo. A falta de letras não mascara a falta de saber:
1. A «política expansionista» não foi «alegadamente aprovada pela Europa». Foi mesmo aprovada pelo Conselho Europeu, que entendeu, na reunião de 11 e 12 de Dezembro de 2008, ser necessário aprovar um Plano de Recuperação Económica para os países da União Europeia, tendo então o governo português adoptado neste contexto uma política orçamental contra-cíclica de estímulo à actividade económica, para sustentar o emprego e reforçar a confiança dos agentes económicos, no valor de 2.290 milhões de euros, cerca de 1,3% do PIB, do qual 0,5 % do PIB beneficiava de financiamento comunitário.
2. Escrever um naco de prosa como este e ter o desplante de ignorar que a situação é consequência da maior crise internacional dos últimos 80 anos é obra, com a agravante de omitir que foi com Sócrates que, pela primeira vez em democracia, o défice se situou abaixo de 3%. E que até mereceu rasgados elogios do Conselho Europeu (3 de Junho de 2008).
Entre 2006 e 2008, as metas dos PEC foram sempre cumpridas — sem receitas extraordinárias. De resto, os desequilíbrios financeiros do país não foram detectados depois da crise internacional, foram-no muito antes. Foi, por isso, que entre 2005 e 2007 se tomaram inúmeras medidas para garantir a sustentabilidade dos sistemas de protecção social, incluindo o Serviço Nacional de Saúde, e se reduziu globalmente a despesa pública em percentagem do PIB e as despesas com pessoal das administrações públicas caíram de 13,9 por cento em 2005 para 12 por cento do PIB em 2008.
Dependendo o défice público do estado da economia, é óbvio que tenderia a crescer quando eclodiu a crise internacional, devido à quebra das receitas fiscais e ao crescimento das prestações sociais para acudir ao agravamento da situação social. Ainda assim, o défice português ficou abaixo da média da União Europeia. Em 2010, teria sido de 6,8% se não tivesse havido lugar aos resgates dos bancos (1,3%), à assumpção do passado com as PPP (0,5%) e à reclassificação de empresas públicas de transportes (0,5%).
3. Nos dois anos anteriores à crise, a dívida pública subiu menos do que um ponto percentual. É verdade que, nos primeiros dois anos da crise, a dívida subiu 15 pontos percentuais. Mas depois subiu 45 pontos percentuais, já com Passos & Portas ao leme.
Afinal, Luís Rosa, o que é que critica nos governos do PS? Pouca importa, porque num aspecto estou de acordo com Luís Rosa: há que impedir Pedro Silva Pereira de falar, de poder tomar a palavra. Prendemo-lo?
Tinha de dar para o torto. A verve é algo afobada: «Esqueçamos o óbvio de ter sido o governo do qual foi número 2 parte que nos trouxe a esta situação (…)». Este excerto faz parte de um artigo rabiscado em transe. Não é caso para menos: Luís Rosa ficou visivelmente transtornado com a circunstância de o relatório do FMI que desmascara o «milagre económico» de Passos & Portas ter sido esmiuçado por Pedro Silva Pereira.
Sem perder tempo a limpar a baba, Luís Rosa disparatou: «Silva Pereira foi o homem forte de um governo que, com a desculpa de uma política expansionista alegadamente aprovada pela Europa, escondeu o défice orçamental em 2009 e só revelou o seu verdadeiro valor (9,3%) depois das eleições legislativas desse ano. Em 2010 fez pior e o défice suplantou os 10%. O ex-jornalista da TVI tem ainda a lata de dizer que o nosso nível de dívida pública (130% do PIB) “não está agora mais saudável do que estava”. E a dívida de 2005 a 2011 (período dos governos Sócrates) que subiu de 62,4% do PIB para 107% do PIB? Era mais saudável que dos anos anteriores?»
E é aqui que a porca torce o rabo. A falta de letras não mascara a falta de saber:
1. A «política expansionista» não foi «alegadamente aprovada pela Europa». Foi mesmo aprovada pelo Conselho Europeu, que entendeu, na reunião de 11 e 12 de Dezembro de 2008, ser necessário aprovar um Plano de Recuperação Económica para os países da União Europeia, tendo então o governo português adoptado neste contexto uma política orçamental contra-cíclica de estímulo à actividade económica, para sustentar o emprego e reforçar a confiança dos agentes económicos, no valor de 2.290 milhões de euros, cerca de 1,3% do PIB, do qual 0,5 % do PIB beneficiava de financiamento comunitário.
2. Escrever um naco de prosa como este e ter o desplante de ignorar que a situação é consequência da maior crise internacional dos últimos 80 anos é obra, com a agravante de omitir que foi com Sócrates que, pela primeira vez em democracia, o défice se situou abaixo de 3%. E que até mereceu rasgados elogios do Conselho Europeu (3 de Junho de 2008).
Entre 2006 e 2008, as metas dos PEC foram sempre cumpridas — sem receitas extraordinárias. De resto, os desequilíbrios financeiros do país não foram detectados depois da crise internacional, foram-no muito antes. Foi, por isso, que entre 2005 e 2007 se tomaram inúmeras medidas para garantir a sustentabilidade dos sistemas de protecção social, incluindo o Serviço Nacional de Saúde, e se reduziu globalmente a despesa pública em percentagem do PIB e as despesas com pessoal das administrações públicas caíram de 13,9 por cento em 2005 para 12 por cento do PIB em 2008.
Dependendo o défice público do estado da economia, é óbvio que tenderia a crescer quando eclodiu a crise internacional, devido à quebra das receitas fiscais e ao crescimento das prestações sociais para acudir ao agravamento da situação social. Ainda assim, o défice português ficou abaixo da média da União Europeia. Em 2010, teria sido de 6,8% se não tivesse havido lugar aos resgates dos bancos (1,3%), à assumpção do passado com as PPP (0,5%) e à reclassificação de empresas públicas de transportes (0,5%).
3. Nos dois anos anteriores à crise, a dívida pública subiu menos do que um ponto percentual. É verdade que, nos primeiros dois anos da crise, a dívida subiu 15 pontos percentuais. Mas depois subiu 45 pontos percentuais, já com Passos & Portas ao leme.
Afinal, Luís Rosa, o que é que critica nos governos do PS? Pouca importa, porque num aspecto estou de acordo com Luís Rosa: há que impedir Pedro Silva Pereira de falar, de poder tomar a palavra. Prendemo-lo?
8 comentários :
Antes prender o Luis Rosa.
É uma rosa que cheira a catinga de calcinhas de musseque, dos que operam a tanto por quilómetro. Como as antigas meninas do Intendente.
Tóxico dependente em ressaca de abstinência..
(..) escondeu o défice orçamental em 2009 e só revelou o seu verdadeiro valor (9,3%) depois das eleições legislativas desse ano(...)
Mas era possivel revelar o defice de 2009 durante as legislativas de 2009, isto é, antes do fim do ano ??
Parabéns Miguel, por este magnífico trabalho sobre os factos reais, ocorridos a nível nacional e internacional, após a falência do Lehman Brothers. Esta é a verdade dos factos ocorridos.
Quanto ao citado moço do I, que dá pelo nome de Rosa, só desejo que haja uma alma caridosa para o levar ao hospital a fim de ser tratado. Pelo delírio e pela verborreia, tudo leva a crer que o moço está num transe de loucura.
O Diabo apoderou-se do Rosa.
Deixei de comprar jornais para não alimentar a "narrativa" destes loucos. O último que larguei, foi o I, após ter sido vendido à Newsworld. a criadagem transformou a nossa Imprensa num jardim de pasquins e pasquinadas.
O Rosa ensandeceu!.
Esta Rosa é isso mesmo, a fina flor do entulho!!!
Vai ser uma trabalheira limpar estes Fanáticos Dos Popós...
quem é este Rosa?
"uma alma caridosa para o levar ao hospital a fim de ser tratado", mas que entretanto, pelo caminho, lhe desse umas valentes cachaporras na cornadura, que é o que merecem este Rosa e toda essa cambada de vendidos e avençados que se intitulam de jornalistas, como o Mascarenhas, o Costa, o Monteiro e outras merdas que tais, que são gentinha indigna de serem chamados de jornalistas.
Enviar um comentário