- «1. Uma das coisas mais chocantes no meu dia a dia profissional é o preço da inscrição em congressos científicos.
2. Ultrapassa facilmente os 200 euros, só para poder participar, sem contar com refeições, muitas vezes com receções de boas vindas nalgum edifício municipal, no geral sem qualquer interesse.
3. Suspeito que há neste momento uma rede montada de agências de organização, que se aproveitam das ridículas exigências que vigoram na carreira universitária - que basicamente contam a metro o número de comunicações apresentadas em congressos e o número de artigos publicados em revistas internacionais - para ganhar bom dinheiro.
4. E, das duas uma: ou o/a investigador/a, dispondo ainda de apoio, paga a inscrição com verbas da FCT - e lá temos a enésima transferência oblíqua de dinheiros públicos para interesses grupais ou corporativos,
5. Ou nem sequer isso tem - e estamos perante exploração pura e simples.»
- Augusto Santos Silva, no Facebook
2 comentários :
É claro que sim, professor Santos Silva, essa rede clientelar existe,de agências de organização de eventos e congressos, com mercado cativo crescente. Essas agencias ou empresas têm vindo a crescer como cogumelos da "iniciativa privada" sempre a pressionar e a influenciar as leis, a fazê-las na PCM, a olhar para os "sistemas de incentivos" criados pelos estarolas (claro, de estarolas nada tem, sejam os índices de comunicações em congressos, conferencias, etc, sejam as regras de fundos comunitários, etc. É uma rede quase sempre de franchising internacional, centrada em empresas das mulheres e filhos dos políticos do PSD e do CDS, jornalistas de serviço ou sem serviço, amigos dos donos de escritórios de advogados, familiares dos professores capitalistas das universidades... é só pesquisar. Fazem os preços.É relacionar com quem faz as leis,com os meninos que inventam os incentivos nessas leis, sem escrutínio ou contraditório democrático. Mercado chorudo e certo! E vai continuar, é da vida! Como diria J.B.Say: cada oferta cria a sua própria procura
Verdade, infelizmente até instituições como a Gulbenkian já se renderam ao negócio, trabalho numa entidade pública que há tempos teve de financiar, pasme-se, a inscrição dos três oradores do painel, sendo que os participante pagaram para assistir. Uma vergonha.
RG
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