- • A.R., Autonomia(s):
‘É óbvio que o Ministério Público não tem mil e não sei quantas autonomias, ainda que, por vezes, o pareça.’
• Francisco Seixas da Costa, Culpados públicos:
‘(…) Duas entidades se salientam, para o bem e para o mal, em todas estas histórias: a justiça e a comunicação social.
Da primeira, o mínimo que se pode dizer é que perdeu, em poucos anos, um prestígio que, historicamente, mantinha no imaginário público, devida ou indevidamente. A ânsia de expressão mediática, as contradições entre os seus agentes e instâncias, a frequente propensão para jogar com os "media", a assumida lentidão de procedimentos e a comum dilação de atos formais - tudo isso se traduz hoje numa imagem degradada do estado da justiça portuguesa, provavelmente muito superior àquele que corresponde à sua real situação. Aquilo que deveria ser um esteio de estabilidade psicológica na nossa sociedade transformou-se, infelizmente, num fator de polémica, de aparente arbítrio e de real insegurança.
Quanto à comunicação social, assistimos, nos últimos anos, à perversa absolutização do chamado "direito à informação", uma espécie de desígnio divino assumido, às vezes, por uns histéricos estagiários com um "corneto" ou um gravador na mão, arautos do interesse de uma opinião pública de que alguém os arvorou representantes. Vida privada e privacidade, presunção de inocência e distinção entre estádios de investigação, tudo isso são pormenores despiciendos para quem apenas tem como objetivo fazer títulos ou "peças" sonantes. O que ainda me espanta é que alguns profissionais, criados noutra escola deontológica, que levou anos a "ganhar" o seu estatuto em democracia, estejam agora a "mandar às urtigas" os princípios em que foram formados, mercantilizando-se para vender minutos de imagem ou páginas de jornais.
A conjugação da ação destas duas instâncias conduz a que, no termo dos processos, quando as conclusões da justiça não são aquelas a que já se haviam "sentenciado" algumas personalidades, a conclusão dos opinadores de sofá ou de "snack-bar" seja: "estão todos feitos uns com os outros", "eles sempre se safam" e "isto é tudo a mesma pandilha".
Será assim? Não é. Há culpados e inocentes, há vigaristas soltos, figuras caluniadas e, provavelmente, alguns injustiçados. Este é, contudo, o preço de uma democracia frágil, pouco educada e com um nível cívico muito baixo. É o retrato do Portugal de hoje, do país que somos. E, se não somos melhores, a nós e só a nós o devemos.’
• Val, Hebdomadarius:
‘E quer este homem ser Presidente da República. As inventonas de Belém passariam a ter uma periodicidade semanal.’
• Ana Paula Fitas, Do Procurador Geral da República, Pinto Monteiro
• André Miranda, Enquanto o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público analisa e aguarda "serenamente" pelos telejornais da noite para definir a sua posição
• Carlos Barbosa de Oliveira, O que eles querem, já a mim me esqueceu
• Carlos Esperança, Vinte e sete, noves fora nada...
• Eduardo Pitta, O MP
• Isabel Moreira, Alguém tinha dúvidas de que o projecto de revisão constitucional do PSD ia correr mal?
• José Simões, Uma realidade paralela
• O Jumento, Independência ou bandalhice?
• Paulo Pedroso, Pinto Monteiro com a coragem e frontalidade que não tem sobejado na hierarquia do MP
• Pedro Lains, Canal Q e outros contos
• Val, A Cândida e o cândido
5 comentários :
Obrigado pela referência que muito me honra, Miguel.
Um abraço.
Não tem de agradecer, Ana Paula.
Só enriquece o CC.
Abraço
Muito obrigado pela referência, Miguel.
Abraço
Não tem nada de agradecer, caro Carlos. Eu é que às vezes não consigo dar a volta aos blogues que deveria dar.
Abraço
Pois aqui tem um bom link:
http://causa-nossa.blogspot.com/2010/07/para-historia-nacional-da-infamia.html
Enviar um comentário