domingo, abril 21, 2013

Humilhados em nome da Pátria?!

A última humilhação aconteceu na sexta-feira no debate parlamentar. A propósito do anúncio por parte de Passos Coelho de uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros dedicada à economia, Nuno Magalhães, líder parlamentar do CDS-PP, sugeriu-lhe que se realizassem outras reuniões focadas em temas económicos (presume-se que sobre a agricultura, a segurança social, o ordenamento do território, o turismo…). O alegado primeiro-ministro destratou-o e os deputados da primeira fila da bancada do CDS-PP levantaram-se e abandonaram o hemiciclo. Este episódio revela não apenas as relações tensas no seio da coligação de direita como também que esta desafinação pública é um sintoma da incapacidade de os dois partidos se entenderem.

Perante as sucessivas humilhações a que o CDS-PP se tem sujeitado, porque é que Paulo Portas não desfaz a coligação? A ideia de que o CDS-PP aguenta estes enxovalhos públicos porque estará a forjar uma alternativa no seio da direita à política do Governo parece ser mero wishful thinking.

Ora o CDS-PP está mergulhado nesta trajectória de austeridade desde o princípio. Mota Soares foi até o primeiro governante a congratular-se com a redução da TSU para os patrões e com o aumento para os trabalhadores. É tarde por isso para o CDS poder retirar benefícios de se comportar agora como um partido esquinado: quando o Governo aumenta os impostos, Paulo Portas pode fazer constar que preferiria cortes na despesa; quando o Governo anuncia cortes na despesa, Portas pode mandar dizer que a sua opção iria para o crescimento da economia (como se não estivesse ele encarregue de apresentar o guia do corte dos quatro mil milhões de euros). A verdade é que a destruição do país tem sido decidida no Conselho de Ministros, com o aval dos ministros do CDS-PP. E quando se der a implosão do Governo, pode Paulo Portas esperar não sair chamuscado?

Tem de haver outras razões para o CDS-PP suportar estas sucessivas humilhações. À primeira vista, já nem o lendário oportunismo político de Paulo Portas ajuda a explicar esta apatia perante o constante bullying de que a rapaziada do Caldas está a ser alvo.

5 comentários :

Anónimo disse...

A27 - Tiro no submarino.

Anónimo disse...

Se o Paulo Portas desfaz a coligação e sai do governo, lá se vai a imunidade. E se os trabalhadores dos estaleiros de Viana do Castelo exigirem investigação do Ministério Público por causa dos submarinos, como afirmaram pela TV?Ponham-se no lugar do Portas...

Anónimo disse...

PP sabe que não terá nunca mais na vida uma nova oportunidade de viver como um nababo dandy, como têm vivido desde que entrou para este governo.
Esta-se positivamente a cagar para o partido, o pais e o mundo.
É o pote meus senhores, é o pote.
Uma vez apeado nunca mais o tocará, como tal, PP vai levar a viagem até ao fim e lambuzar-se até á ultima gota.
Sim é este o sério e experiente politico, uma massa de egoismo, vaidade e cupidez pegadas.
Vai arder na fogueira com os PSDs.
Não arrange o CDS maneira de o pôr a andar e o país vai mesmo ao fundo. Ai vai vai.

josé neves disse...

Este é um governo chantagista: chantagiou os portugueses nas eleições, tenta a todo o momento chantagiar o PS atirando-lhe a culpa dos males que pratica, Chantagia o Paulo sempre que este levanta garimpa no governo e o mesmo faz com o PR sempre que este se mete com o governo.
O PS que podia desmascarar forte e feio a situação apenas rabeia porque Seguro bateu palmas a Cavaco e foi amigo de Passos contra Sócrates e PP e PR por necessidade individual de manterem imersos os seus submarinos.

joao disse...

Excelente.
É de facto um mistério a presença do CDS no governo.
Eu só vejo uma explicação.
Paulo Portas não quer outras pessoas na pasta da justiça.
Provavelmente teria que dar mais explicações sobre o negócio dos submarinos.